Como eu prometi a vocês um monte de novidades, aqui vem uma.. o "Carol Convida". Como o nome já fala, convidarei pessoas que muito tem a nos acrescentar, seja com dicas, com novidades, com sua visão e experiência de mundo, de profissão, e por ai vai. Vocês também podem nos sugerir o que querem ler por aqui, tá bom? ❤
A convidada de hoje é uma daquelas pessoas que você conhece em um curso que fizeram juntas e gosta fácil logo de cara. A Gabriela Rebouças é designer de moda, formada na Universidade Federal do Ceará, onde também cursou seu mestrado em Sociologia, ela é especialista em estudo de gênero, aparência e vaidade e atualmente é professora do curso de Moda da mesma instituição. MARAVILHOSA!
Ela escreveu um texto pra gente, vamos ler? :)
Sobre aparência e vaidade
Olhar-se ao espelho e dizer-se deslumbrada: Como
sou misteriosa. Sou tão delicada e forte. E a curva dos lábios manteve a
inocência. Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha olhado ao espelho
e se surpreendido consigo próprio. Por uma fração de segundo a gente se vê como
a um objeto a ser olhado. A isto chamaria talvez de narcisismo, mas eu chamaria
de: alegria de ser. Alegria de encontrar na figura exterior os ecos da figura
interna: ah, então é verdade que eu não me imaginei, eu existo. (LISPECTOR,
1999, p. 23).[1]
Imergindo
nas reflexões de Clarice Lispector sobre ser e estar no mundo, o espelho se
mostra como revelador do eu pelo corpo, como aquele que nos permite enxergar
além do que os nossos próprios olhos conseguem ver, nos identificar no mundo e
descobri-lo pelo corpo, desse modo, o percebemos como fator primeiro de nossa
existência. A nossa razão e alegria de ser são determinadas pela percepção do
corpo não como matéria, mas como conjunto de todos os elementos que constituem
o nosso ser, desses “ecos da figura interna”.
Quando se fala em aparência, logo remetemos a dois ditados
populares: “As aparências enganam” e “A primeira impressão é a que fica”, as
quais se referem aos efeitos da exposição da nossa imagem na nossa vida, no
nosso cotidiano. As aparências podem enganar quando somos julgados sob a ótica
dos estereótipos, mas são através delas que nos identificamos como seres
sociais e sociáveis e, por isso, tentamos mostrar o melhor de nós nos signos do
corpo que nos carrega.
As mudanças na aparência estética do corpo feitas tanto por
mulheres como por homens têm ainda como referência um padrão de beleza em
coexistência, atualmente, com a
autoaceitação da imagem tal qual ela é, sendo até mesmo evidenciada nos
comerciais de produtos cosméticos que adequam seus discursos ao realce dos
contornos e das formas naturais do corpo, e não às modificações parciais ou
totais deste. Com isso, tomamos a compreensão de que as mudanças no corpo
correspondem às mudanças de comportamento, tanto no que se refere a ser vaidoso
ou vaidosa tendo um ideal de beleza a ser alcançado como ser vaidoso ou vaidosa
indo de encontro aos padrões estabelecidos, valorizando a beleza natural do
corpo.
A beleza, a vaidade, os cuidados com a aparência se
apresentam através do reflexo dos olhares que reconstroem os corpos em
constante modificação. Enquanto houver a preocupação em querer mostrar-se para
o outro, em atrair o olhar do outro, o belo sempre vai ser um objetivo a ser
alcançado conforme os nossos próprios ditames.
[1] Este trecho faz
parte do livro “A descoberta do mundo” (1960-1970) da jornalista e
escritora Clarice Lispector.
Esse texto faz parte da dissertação dela. Maravilhoso né?
A gente existe!!! Vamos fazer da nossa existência a mais prazerosa possível!! ❤
O face ta Gabi Rebouças é esse aqui. E ela estará ministrando um mini curso na SAM, Semana de moda da UFC.
Para maiores informações o link da Semana de moda é esse aqui Semana acadêmica de moda - UFC
Qualquer coisa estou nas redes sociais,
snap chat carolzacaa
instagram @carolzacaa
facebook morena bem gordinha
Com carinho,
Carol Zacarias
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